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terça-feira, 12 de agosto de 2014

[ESPECIAL] Tolkien e eu

Há menos de um mês, uma das obras de arte mais consagradas da história estava completando 60 anos de lançamento oficial. Em 29/07/1954, um mundo foi criado. Novos conceitos, histórias completamente diferentes, cheias de magia, mistérios, emoções. Uma história que iria mudar por completo a ficção literária e a fantasia cinematográfica. Estamos falando jovem, da Terra Média, e de tudo que ela foi capaz de nos proporcionar. Estamos falando, jovens, de O Senhor dos Anéis.


Antes de mais nada, decidi trazer esse post não por mera homenagem ao aniversário da saga, mas por conta de meu relacionamento com a aventura e para mostrar tudo que ela acrescentou a minha vida. Como fanático pelas obras de Tolkien e por toda a saga da Terra Média, faz bastante tempo que queria trazer essa matéria, e nada melhor do que aproveitar essa oportunidade.
Minha história com O Senhor dos Anéis não começou com a leitura das obras de Tolkien, mas sim em 2001, com o lançamento do primeiro filme, A Sociedade do Anel. Eu me lembro que tinha 11 anos ou era 12, e estava assistindo o Planeta dos Macacos, na época com o Mark Wahlberg, quando me deparei com o primeiro trailer oficial do filme. Como não conhecia, não dei nada no filme e pensei que ia ser mais um igual aos outros. O trailer foi esse:


Tempo passa, e A Sociedade do Anel, em 1 de Janeiro de 2002, teve sua estreia oficial no Brasil. Como de praxe, eu não fui acompanhar no dia de seu lançamento (o único filme que vi na estreia foi A Morte de Demônio, em 2013), e não senti que estivesse perdendo algo que mudaria minha vida. Um tempo depois, tive a oportunidade de assistir, apesar de eu ter 11 ou 12 anos e o filme ter sido censurado para menores de 14 mas, depois de muita choradeira, entrei e pude assistir.

O filme começou mais ou menos, com a história dos Hobbits saindo do Condado após receberem uma missão sobre um anel mágico e muito poderoso, e encontrando com Passolargo (quem é Passolargo mesmo?). Podemos dizer que, até aí, não teve nada demais. O filme começou a pegar quando esses caras apareceram, os Nazgûl, que tinham a missão de recuperar o anel de Frodo e entregar ao seu mestre, Sauron, para que ele tenha o poder necessário para dominar a Terra Média. A partir daí, o filme ganha um ritmo frenético e tudo, mas tudo mesmo, muda de uma hora pra outra, levando os Hobbits do Condado a um destino que eles jamais sonharam.
O enredo, para muitos, é besta e não prende, mas eu passei as malditas 3 horas desse filme parado, olhando fixamente para a tela, hipnotizado pela história. Me julguem, mas A Sociedade do Anel foi o primeiro e um dos poucos filmes que me arrancou lágrimas. Não vou dar spoiler, vou apenas dizer que o filme é bastante emocionante, apesar de ser um épico e um filme, basicamente, de guerra.
O final do filme é lindo, sem contar a trilha sonora dos créditos, que me prendeu naquela sala de cinema e eu fiquei sem reação ao escutar a música. O clipe vai abaixo:


Bom, com tudo isso, fiquei extremamente ansioso para a continuação, que viria já no final do mesmo ano, em 27 de Dezembro, e nem conto minha reação ao saber que eu não iria esperar tanto. Aproveitei pra ler o livro, o que me deixou tão fascinado quanto o filme, e me mostrou o quanto um autor pode ser tão genial, tão criativo e tão capaz de criar algo tão maravilhoso. Não coloco O Senhor dos Anéis como livro ou filme favoritos, pois não considero nenhum desses, considero uma obra de arte totalmente à parte.

A Sociedade do Anel, escrito por Tolkien, só fez acrescentar o que já era bom, mantendo a fidelidade do filme e acrescentando histórias e personagens louváveis, como Tom Bombadil (que ainda acho que é Eru Ilúvatar, o Pai de Tudo), que infelizmente não apareceu no filme.
Com a estreia de As Duas Torres, minha paixão pela trilogia só fez aumentar, apesar do filme não ser tão bom quanto os outros dois (a Maldição do Segundo Filme). Mesmo assim, o filme manteve a mesma qualidade gráfica e cinematográfica de A Sociedade do Anel, mostrando a ascensão do poder de Sauron e a formação de suas criaturas mais poderosas para capturarem o Um Anel, desencadeando as primeiras guerras épicas da trilogia, tornando o mundo cada vez mais escuro para Frodo, Sam e seus amigos, que se aproximam do lar de Sauron. Apesar de ser um filme "menos melhor" que o primeiro, rendeu reconhecimento internacional e já nos preparou psicologicamente para o próximo, O Retorno do Rei que, para a minha enorme tristeza e de muitos, seria o último filme da melhor trilogia de todos os tempos.
Praticamente entrei em luto quando O Retorno do Rei estrou, em 2003. Já fui vê-lo com um enorme peso no coração e já com um alto nível de sensibilidade, então posso afirmar que me emocionei e ainda me emociono bastante ao assistir o filme. Um final fantástico, sensacional para uma série que mereceu, nada mais, nada menos do que DEZESSETE OSCAR. Tudo, absolutamente tudo neste terceiro filme é emocionante. A história de Arwen com Aragorn, a história da amizade incrivelmente forte de Frodo e Sam  e um teste final para testar seus limites e sua força de vontade, o desfecho do maquiavélico Smeagol/Gollum... Tudo neste filme foi feito para que sua história no cinema se encerrasse com chave de diamante. Outra vez, fiquei até o final dos créditos e não conseguia sair, hipnotizado pela música Into The West, que dá uma imensa emoção por saber que ela está relacionada ao fim de O Senhor dos Anéis. Escute a música e veja os créditos finais, recebidos com muita tristeza:


Não vou falar de O Hobbit nesta oportunidade, pois esta foi minha experiência com a saga principal da história da Terra Média, uma experiência inesquecível (apesar de O Hobbit também estar me passando isso).

Após as histórias, passei a ver tudo com outros olhos, principalmente depois de tantas lições que a história nos transmite. Histórias de amor, de persistência, de amizade e de esperança. Histórias de consequências de nossas escolhas, da constante luta entre o bem e o mal, são temas que atingem profundamente nossa moral, por isso o filme é tão emocionante.

Uma trilha sonora incrível, cenários deslumbrantes e atuações perfeitas. Diálogos inteligentes e filosóficos, palavras fortes e tocantes, tudo se encaixa em algo maior e foi capaz de moldar o que O Senhor dos Anéis e a obra de Tolkien é hoje. Literalmente, a Terra Média do autor já é um novo mundo, real para muitos, fantasioso para outros, mas é um mundo incrível, sensível e que nos proporcionou coisas inesquecíveis.
Estou gostando bastante de Game of Thrones e consigo fazer várias analogias com O Senhor dos Anéis mas, sem criar tretas e já criando, para mim, são incomparáveis, e nunca serei capaz de substituir essa fantástica obra de arte por quaisquer outras que apareçam.
Trouxe uma imagem do meu espaço favorito em minha prateleira: todos os livros da saga da Terra Média em seu idioma original. Tenho muito orgulho de ter conseguido completar a história principal e de ter conseguido encontrar essas obras, ainda mais a da trilogia, que é sua primeira edição de volume único, lançada em 1983 pela Unwin. O Senhor dos Anéis nunca vai ser só uma fase minha. Recomendo o filme e o livro a todos, independente de gostarem do gênero ou não, e garanto que as histórias vão tocar o coração de muitos, o livro sendo complexo ou não, os filmes sendo longos ou não.
Bom, essa é minha experiência com a obra. Espero mesmo que muitos tenham passado o mesmo que eu, pois foi algo maravilhoso. Até hoje, nunca perco quando o filme é transmitido e não canso de assistir e de ler sobre O Senhor dos Anéis. Sempre agradecendo, lógico, ao mestre Tolkien pois, sem ele, muitas das melhores experiências que tive não teriam existido.

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