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domingo, 2 de novembro de 2014

[A MÃO DO ESCRITOR] Um conto e uma poesia #08

Há quanto tempo essa sessão estava esquecida! Muito aperreio no trabalho e na faculdade me fizeram ficar voltado apenas para as análises e resenhas. Mas, aos poucos, à medida que tudo for desafogando, a frequência de nossa sessão voltará a ser como antes e todo final de semana trarei novidades aqui para vocês :)
Desta vez, trago o novo conto da escritora de Harry Potter, J.K.Rowling, que decidiu nos presentar com a história da nada querida Dolores Umbridge, que presidiu a escola de magia e de bruxaria durante o 5º livro da saga. Logo após, trarei uma poesia lindíssima e interessante da falecida poeta Elizabeth Bishop e que me senti no dever e na obrigação de postar aqui no blog.


Espero que gostem e que se sintam tocados pela poesia, tal como com a surpresa agradabilíssima da criadora do bruxo mais famoso da literatura.



CONTO

Aniversário: 26 de agosto
Varinha: Bétula e fibra de coração de dragão, vinte centímetros
Casa de Hogwarts: Sonserina​
Habilidades especiais: Sua pena para castigos é sua invenção
Parentesco: Mãe trouxa e pai bruxo
Família: Solteira, sem filhos
Hobbies: Colecionar todos os pratos ornamentais ‘Felino Feliz’, colocar babados em tecidos e em objetos inanimados, inventar instrumentos de tortura.

Dolores Joana Umbridge era a mais velha e a única filha de Orford Umbridge, um bruxo, e Ellen Cracknell, uma trouxa, que também tinha um filho aborto. Os pais de Dolores não eram felizes em seu casamento, e ela secretamente desprezava ambos: seu pai por sua falta de ambição (ele nunca foi promovido, e trabalhava no Departamento de Manutenção Mágica no Ministério da Magia), e sua mãe, Ellen, por sua tolice, sujeira e linhagem trouxa. Orford e sua filha culpavam Ellen pela falta de habilidade mágica do irmão de Dolores, sendo que, quando Dolores tinha quinze anos, a família se separou ao meio, com Orford e Dolores ficando juntos, enquanto Ellen voltou ao mundo trouxa com seu filho. Dolores nunca viu seu irmão nem sua mãe novamente, nem nunca os mencionou, e, portanto, fingia para todos que conhecia que era uma puro-sangue.
Como bruxa formada, Dolores se juntou ao Ministério da Magia assim que saiu de Hogwarts, conseguindo um emprego como estagiária, um cargo muito baixo na Seção de Controle do Uso Indevido da Magia. Mesmo aos dezessete anos, Dolores era crítica, preconceituosa e sádica, porém, sua atitude cuidadosa, seu jeito meloso com seus superiores, e a crueldade e furtividade com os quais ela recebia crédito pelo trabalho alheio logo fez com que fosse promovida. Antes dos trinta anos, Dolores havia sido promovida para Chefe de Seção, e foi apenas um pequeno passo dali para posições ainda mais altas na gerência do Departamento da Execução das Leis da Magia. Nessa época, havia persuadido seu pai a se aposentar cedo, e ao deixá-lo com uma pequena mesada, assegurou-se de que ele saísse de cena. Quando lhe perguntavam (geralmente colegas de trabalho que não gostavam dela) ‘você é parente daquele Umbridge que costumava esfregar o chão aqui?’ ela punha o sorriso mais doce em seu rosto, ria e negava qualquer relação, dizendo que seu falecido pai havia sido um membro importante da Suprema Corte dos Bruxos. Coisas ruins aconteciam com quem perguntava sobre Orford, ou sobre qualquer coisa que Dolores não gostava de falar, e aqueles que não queriam contrariá-la fingiam acreditar em sua versão de sua ancestralidade.
Apesar de seus melhores esforços para conquistar um de seus superiores (ela nunca se importou com qual deles fosse, mas sabia que seu próprio status e segurança seriam melhorados com um marido poderoso), Dolores nunca conseguiu se casar. Apesar de valorizarem seu trabalho duro e ambição, aqueles que a conheciam melhor achavam difícil gostar dela. Depois de um copo de xerez doce, Dolores era propensa a mostrar visões bem pouco ortodoxas, e até aqueles que eram anti-trouxas ficavam chocados com algumas das sugestões de Dolores, atrás de portas fechadas, do tratamento que a comunidade não-mágica merecia.
Conforme ficou mais velha e rígida, e subiu mais dentro do Ministério, o gosto de Dolores por objetos femininos e infantis ficou cada vez mais pronunciado; seu escritório virou um lugar de babados e enfeites berrantes, e ela gostava de qualquer coisa decorada com gatinhos (apesar de achar os reais inconvenientemente bagunceiros). Quando o Ministro da Magia Cornélio Fudge ficou cada vez mais ansioso e paranóico sobre as intenções de Alvo Dumbledore de subjugá-lo, Dolores conseguiu chegar ao próprio coração do poder, ao atingir tanto a vaidade como os medos de Fudge, se apresentando como uma das poucas pessoas em quem ele podia confiar.
O trabalho de Dolores como Inquisidora em Hogwarts deu total liberdade, pela primeira vez em sua vida, para seus preconceitos e crueldade. Ela não havia gostado da época de escola, pois havia sido esquecida em todas as posições de responsabilidade, e adorou a chance de voltar e exercer seu poder sobre aqueles que não tinham (em sua visão) lhe dado o que ela merecia.
Dolores tem fobia de seres que não são parcialmente, ou totalmente, humanos. Seu desgosto pelo meio-gigante Hagrid, e seu terror de centauros, revelam um horror do desconhecido e do selvagem. Ela é uma pessoa extremamente controladora, e todos que questionam sua autoridade e visão de mundo devem, em sua opinião, ser punidos. Ela adora subjugar e humilhar os outros, e, exceto em suas alianças, não há muita diferença entre ela e Belatriz Lestrange.
O período de Dolores em Hogwarts acabou desastrosamente, pois ela passou por cima das permissões que Fudge havia lhe concedido, saindo dos limites de sua própria autoridade, levada por um senso fanático de auto-realização. Abalada, porém nada arrependida após o fim catastrófico de sua carreira em Hogwarts, ela retornou para um Ministério que estava em meio ao conflito devido à volta de Lord Voldemort.
Na mudança de regimes que se seguiu à aposentadoria forçada de Fudge, Dolores pôde voltar à sua posição antiga no Ministério. O novo Ministro, Rufo Scrimgeour, tinha problemas mais preocupantes do que Dolores Umbridge. Scrimgeour depois foi punido por esse desvio, porque o fato de o Ministério nunca ter punido Umbridge por seus abusos de poder soou a Harry Potter como a comprovação de sua complacência e descaso. Harry considerou a permanência de Umbridge em seu emprego um sinal da corrupção essencial do Ministério, e se recusou a cooperar com o novo Ministro por causa disso (Dolores é a única pessoa, além de Voldemort, a deixar uma cicatriz física permanente em Harry, havendo forçado o garoto a cortar as palavras ‘Eu não devo contar mentiras’ nas costas de sua própria mão durante as detenções).
Logo Dolores estava adorando sua vida no Ministério mais do que nunca. Quando o Ministério foi tomado pelo Ministro fantoche Pio Thicknesse, e infiltrado pelos seguidores de Lord Voldemort, Dolores finalmente mostrou quem era. Julgada corretamente, por Comensais da Morte experientes, que ela tinha muito mais em comum com eles do que já teve com Alvo Dumbledore, ela não só continuou em seu posto como recebeu mais autoridade, tendo se tornado Chefe da Comissão de Registros de Nascidos Trouxas, que efetivamente foi uma corte que prendeu todos os nascidos trouxas sob a acusação de que tinham ‘roubado’ suas varinhas e sua magia.
Foi enquanto estava no julgamento de outra mulher inocente que Harry Potter finalmente atacou Dolores no coração do Ministério, e lhe roubou a horcrux que estivera usando.
Com a queda de Lord Voldemort, Dolores Umbridge foi levada a julgamento por sua cooperação entusiasmada com o regime dele, e considerada culpada pela tortura, aprisionamento e morte de várias pessoas (alguns dos nascidos trouxas inocentes que ela sentenciou a Azkaban não sobreviveram à sua provação).


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POESIA 


A ARTE DE PERDER


A arte de perder não é nenhum mistério; 
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério. 

Perca um pouquinho a cada dia. 
Aceite, austero, A chave perdida, a hora gasta bestamente. 
A arte de perder não é nenhum mistério. 
Depois perca mais rápido, com mais critério: 
Lugares, nomes, a escala subseqüente 

Da viagem não feita. 
Nada disso é sério. 
Perdi o relógio de mamãe. 
Ah! E nem quero 

Lembrar a perda de três casas excelentes. 
A arte de perder não é nenhum mistério. 
Perdi duas cidades lindas. 
E um império 

Que era meu, dois rios, e mais um continente. 
Tenho saudade deles. 
Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. 
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério 

Por muito que pareça (Escreve!) muito sério.


Gostou? Espero que sim! Até a próxima ;)

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